O Seminário foi aberto pela Secretária de Políticas para as Mulheres, Quelen Rezende, que representou o Prefeito de Macaé, Welberth Rezende. Estavam presentes a Defensora Pública Titular do órgão de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica de Macaé, Ana Clara Cardoso Correia; a Tenente do 32° BPM – PMP (Guardiães da Vida), Thaís Melo; Bárbara Bezerra, diretora do Sindipetro/NF; e Andreza Oliveira, técnica e assistente social CEAM; e a vereadora Leandra Lopes.
Quelen Rezende abriu o Seminário saudando as participantes. “As vítimas de violência merecem atenção especial. São mágoas que marcam uma vida. Não estamos pedindo nada demais. Diálogos como estes são essenciais para construir e implementar políticas que atendam as mulheres, principalmente as vítimas de violência”, pontuou.
Durante o painel integrado “Mexeu com uma, mexeu com todas”, Bárbara Bezerra destacou a importância da programação. “É necessário que se tenha rodas de conversas e reflexões sobre a violência contra a mulher. A Lei Maria da Penha está aí. Temos que lutar. Ainda existem situações em que a mulher ganha menos que o homem e que a empresa não deseja contratar mulher com curso técnico”, pontuou.
A vereadora Leandra Lopes incentivou as participantes: “Temos que encorajar umas às outras a denunciar. Os casos de violência contra mulher acontecem e precisam ser mostrados. A mulher que está em situação de vulnerabilidade precisa denunciar. Este encontro é importante para traçarmos e debatermos nossa contribuição diante da causa das mulheres”, esmiuçou.
Já Ana Clara Cardoso Correia lembrou que Macaé conta com o Ceam, e que a Defensoria Pública sempre está à disposição das mulheres. “Os registros estão aumentando. O que importa é o acolhimento e o acesso aos registros. A Defensoria Pública atende de segunda à sexta, das 12 às 18h”, explicou.
Se destacando entre com o público mais jovem por ter menos de 30 anos, Thaís Melo levou orientações sobre a lei, elencou estratégias e cuidados com as vítimas. “O Ceam acolhe, mas a Polícia Militar tem o papel de reprimir”, disse. Andreza Oliveira esmiuçou o atendimento do Ceam e a importância do serviço social e psicologia na vida das vítimas da violência doméstica. “O acolhimento é a prioridade do nosso trabalho, independente se a mulher denunciou ou não, tem medida protetiva ou não”, comentou.
A participante Ana Silva elogiou o Seminário. “Que venham mais encontros como estes, mais políticas públicas em prol das mulheres e maior participação de mulheres que moram em bairros mais carentes e periféricos”, comentou.
Machismo estrutural e o papel dos homens na luta pelo fim da violência contra as mulheres
A roda de diálogo: Machismo estrutural e o papel dos homens na luta pelo fim da violência contra as mulheres marcou o encerramento da programação. Ministrado por Gedir Manoel, da Patrulha Maria da Penha/Guarda Municipal; Marcello Santos, psicólogo – Grupo Refletir; e o mediador Sérgio Borges, coordenador geral do Sindipetro/NF, o momento foi elogiado pelos participantes, que tiveram a oportunidade de assistir ao debate que contou com questionamentos da plateia, opiniões, apresentações sobre a história profissional dos palestrantes diante da “Maria da Penha”.
“Tenho irmãs, filha e esposa. Atuar na Patrulha Maria da Penha foi um divisor na minha vida. Sou Guarda Civil Municipal há 25 anos e trabalho há sete anos na Patrulha. O nosso foco é a humanização”, comentou Gedir, ao também apresentar dados sobre casos, reincidência, recorrência, questão do ciclo de violência, legislação e registros reais de ligações solicitando suporte e socorro de mulheres vítimas de violência e crianças em defesa das mães.
Já Marcello Santos apontou questões sobre a constituição da masculinidade-machismo-patriarcado e também do projeto em que atuou junto ao Juizado atendendo com oito encontros os autores de violência doméstica. “A Lei Maria da Penha tem que ser respeitada, mesmo com a sociedade machista. Temos que cuidar de todos, da mulher vítima de violência , da mãe, irmã, esposa, filhos, do homem, enfim de todos os atores envolvidos neste processo”, finalizou.
A programação contou com apresentação de Raila Maciel, jornalista e autora do livro “Eu nunca falei sobre” e membro da Academia Macaense de Letras, e também recebeu apresentação de comercialização de artesanato. Recentemente Macaé realizou a 6ª Conferência Municipal de Políticas para as Mulheres e participou da 5ª Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres, realizada recentemente no Rio de Janeiro. Duas propostas de Macaé serão encaminhadas para etapa nacional, que será realizada em Brasília, entre 29 de setembro e 1º de outubro.
Celebrado nesta terça-feira, 26 de agosto, o Dia Internacional da Igualdade Feminina é uma data de reflexão e conquista, que remete à luta histórica das mulheres pelo direito ao voto e pela participação igualitária na sociedade. Mais do que apenas um ideal, a equidade de gênero é também uma necessidade para um futuro mais justo.