Os mediadores do Cine Debate foram o psicólogo do Centro de Atenção Psicossocial III – Betinho (Caps Betinho), Sávio Araújo, e o psicólogo e médico sanitarista, coordenador do Núcleo de Saúde Mental, Alexandre Vasilenskas. “O filme trata de como a Saúde Mental ocorria no Brasil antes do início do Sistema Único de Saúde (SUS) e antes das discussões sobre saúde mental se tornarem uma questão de direito e deveres em relação à Constituição Federal, no final da década de 1980. A ideia é que se possa refletir sobre como a lógica de cuidado era ofertada, em contraposição ao que oferecido hoje. É uma lógica que às vezes permanece no comportamento das pessoas e até de profissionais da Saúde Mental”, salienta Sávio. Ele ressaltou que, apesar do número de usuários idosos ser maior, nos últimos cinco anos, observa-se um aumento do público jovem.
De acordo com Alexandre Vasilenskas, o livro de Saúde Mental da Atenção Básica de Macaé é o de referência do Ministério da Saúde. O médico informou ainda que o município terá Unidades de Acolhimento (UA), modelos de residência de uso pontual para pessoas dependentes de álcool e drogas (AD) moradores de áreas conflagradas da cidade, e que haverá também leitos de saúde mental em hospital geral. No momento, o atendimento emergencial de referência é oferecido no Pronto Socorro do bairro Parque Aeroporto.
“Nosso objetivo é apresentar ao público em geral a questão da luta antimanicomial e da reforma psiquiátrica e que a população conheça mais o trabalho da Saúde Mental. O Brasil é a maior experiência planetária de superação do modelo asilar. Hoje nós temos uma Rede de Atenção Psicossocial (Raps) com um cardápio de serviços comunitários. Entre eles, duas Residências Terapêuticas (RT) para egressos de macro hospícios sem rede familiar. São casas com cuidadores, não locais de tratamento, mantidas pelo Ministério da Saúde. O tratamento é oferecido na rede. Temos também os Consultórios na Rua, com equipes de mediação, garantindo o direito dessa população ao tratamento”, salienta Alexandre.
“Este evento nos enriquece quanto às questões sociais e culturais de Macaé. Como futuros profissionais de saúde, é importante esta compreensão de que questões, como a racial, influenciam a promoção da saúde. É um privilégio estar aqui e durante a Semana de Luta Antimanicomial, porque todos nós somos seres de direito e dignos de liberdade. Queremos promover o bem-estar e qualidade de vida”, disse o graduando em Psicologia da Universidade Estácio/Macaé, Enzo Tavares.
Serviços
Os postos de Estratégia de Saúde da Família (ESF) dos bairros são o acesso ideal aos serviços da Saúde Mental. Entretanto, o atendimento é oferecido também por livre demanda nos Caps ou Unidades de Pronto Atendimento (UPA). O Núcleo de Saúde Mental, localizado na rua João Soares Pereira, 89, dispõe de psicólogo, psiquiatra, neuropediatra, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, terapia ocupacional e assistente social. O local funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 21h. O atendimento é por livre demanda ou encaminhamento. Mais informações pelo telefone: (22) 99213-4987. Já o Pronto Socorro do Aeroporto oferece atendimentos por 24h, ambulatoriais e consultas com psiquiatra e psicólogo. Ele funciona na rua Dr. Manoel Marques Monteiro.
O Caps III – Betinho é destinado a usuários adultos com adoecimento psíquico grave. A unidade está localizada na rua Tenente Jacinto Vieira dos Santos, 58, Imbetiba. Mais informações pelo telefone: (22) 99103-4338. O Capsi Oficina da Vida, que atende o público infanto-juvenil em sofrimento mental grave, funciona na rua da Igualdade, 71, no Centro. O Caps AD Porto é destinado à população adulta com uso abusivo e prejudicial de álcool e outras substâncias psicoativas. A unidade se localiza na Avenida Agenor Caldas, 291, Imbetiba. Informações sobre os serviços e demais equipamentos da Saúde Mental podem ser obtidas com a Gerência de Saúde Mental: (22) 99105-4223.