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Agência Minas Gerais | Acolhe minas: plantão do Governo do Estado garante apoio e orientação a mulheres contra crimes sexuais no Carnaval

Ponto de apoio para mulheres vítimas de algum tipo de violência ou importunação sexual durante os quatro dias de Carnaval em Belo Horizonte, o Plantão Integrado Acolhe minas cumpriu seu papel, traçado pelo Governo de Minas. A iniciativa inédita foi desempenhada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de Minas Gerais (Sedese-MG), que pôde orientar cerca de 200 mulheres durante o feriado. Além disso, o serviço psicológico, jurídico ou de apoio para quatro mulheres no espaço, montado na sede do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), na Praça da Liberdade.

“Reunimos diferentes instituições, governamentais e privadas, nessa iniciativa inédita em Minas Gerais e nos colocamos à disposição para todo tipo de apoio, desde o psicológico até o jurídico, e ainda pudemos ajudar algumas mulheres em outras situações”, destacou a secretária Estado de Desenvolvimento Social, Elizabeth Jucá.

Casos

Entre os quatro atendimentos realizados, um foi relacionado a importunação sexual, em que a vítima foi até a Delegacia da Mulher da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), no bairro Barro Preto, onde registrou o Boletim de Ocorrência (B.O). Em seguida, ela foi direcionada ao Plantão Integrado, onde recebeu atendimento e apoio psicológico. A partir do trabalho realizado no Acolhe minas, ela já passou a ser uma das pessoas atendidas no Centro Risoleta Neves de Atendimento às Mulheres (Cerna), órgão permanente de atendimento a vítimas de algum tipo de violência doméstica, ligado à Sedese-MG.

Lila Alves / Sedese-MG

O Acolhe minas também atendeu uma mulher que se encorajou e relatou seu caso de violência doméstica. Ela foi acolhida, orientada e já está recebendo acompanhamento da equipe do Cerna.

Outro caso envolveu o atendimento de uma mulher encontrada com sinais de embriaguez no atrium da Praça da Liberdade. Por meio do Plantão Integrado, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais (CBMMG) foi acionado, prestou socorro e encaminhou a mulher até um posto médico. Toda a ação foi acompanhada por uma profissional que trabalhava no Acolhe minas, que permaneceu até a chegada de membros da família. Por fim, outra mulher procurou ajuda e recebeu roupas do Varal Solidário.

Roseane Lima, psicóloga que atuou no Plantão Integrado Acolhe minas, destacou que “os atendimentos foram pontuais naquilo que estava mais emergente para a mulher, como a escuta empática e qualificada. Foi um ambiente acolhedor que propiciou segurança para ela”, explicou.

Parceiros

Com coordenação da Sedese-MG, o Plantão Integrado Acolhe minas foi composto por PCMG, CBMMG, Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG), Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp-MG) e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

O fluxo de atendimento também contou com a participação de outros órgãos do Governo de Minas, como o Iepha-MG, as secretarias de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG) e de Saúde (SES-MG), Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) e Ouvidoria-Geral do Estado de Minas Gerais (OGE/MG).

O Plantão Integrado ainda teve o apoio da iniciativa privada, por meio da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), o Grupo Mulheres do Brasil e outros representantes comerciais. 

Cristiano Machado / Imprensa MG

“Com nossa ampla campanha de divulgação, mostramos para todos os foliões que Minas Gerais está preparada para apoiar, orientar e inibir crimes contra as mulheres durante uma festa onde a alegria deve prevalecer”, finalizou a secretária Elizabeth Jucá. “O sucesso se deu pela transversalidade e multidimensionalidade de todas as políticas e instituições que estiveram conosco”, complementou.

A secretária de Estado frisou ainda que a baixa procura pelo Plantão Integrado corroborou os dados divulgados pela Sejusp-MG, nessa quinta-feira (15/2), que apontaram queda em todos os tipos de crimes durante a folia mineira. 

Fale Agora

A Sedese-MG criou o protocolo Fale Agora, em agosto de 2023, para combater a violência sexual  – especialmente contra mulheres – em estabelecimentos como bares, restaurantes, hotéis, casas noturnas, e espaços de lazer e turismo do estado de um modo geral. O protocolo recebeu adaptação especial elaborada por servidores da secretaria para ser aplicado durante o período de pré-carnaval.

“Tenho certeza que a divulgação que fizemos junto aos blocos durante todo o período de pré-carnaval, falando do protocolo Fale Agora, e chamando a atenção para que todos os atores sociais pudessem estar juntos com o Governo de Minas, enfrentando a violência contra mulheres, foi fundamental neste processo”, explicou a subsecretária de Política dos Direitos das Mulheres da Sedese-MG, Soraya Romina.

Neste período, foram capacitadas mais de 600 pessoas de 32 blocos de Belo Horizonte e de 16 cidades do interior do estado, seja presencialmente ou de modo virtual, sobre como agir em casos de importunação sexual durante os cortejos.

Thiago Reis
Estudante de jornalismo, atua sob supervisor Editor chefe. Cobre Itaperuna, interior do Rio, times do Rio.

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